segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Pelé : O NOSSO REI !!!

Você aí que diz que sabe tudo de bola
Que é craque até em jogo de botão
O que eu vou te contar
Não se aprende na escola
São coisas de uma outra dimensão
Aconteceu no tempo em que seu pai
Ainda era um garotão
E o futebol passava só no rádio
Nem tinha televisão
Era um moleque negro
Que brilhava nos campos
Tão pobres lá de Três Corações
Foi contratado pra jogar no time dos Santos
E convocado pra seleção
Com dezessete anos era um craque
Como nunca ninguém viu
E o mundo inteiro descobriu o Brasil
Ele é ele é ele é
O nosso rei da bola, o rei Pelé
Ele é ele é ele é
O rei de toda a Terra
Que conquistou a coroa
Pelo toque de seu pé
Quando ele entrava no campo
O outro time tremia
Só de ver o rei se aquecer
Por que nesse momento
Todo mundo sabia
Que com ele era pra valer
Tinha goleiro que até rezava
Para ele não se aproximar
Tinha zagueiro mau que quando entrava
Era pra machucar
Nenhum grandão inglês
Nem cabra pernambucano
Ninguém intimidou nosso rei
E ainda mais se o cara fosse corintiano
Aí ele entortava de vez
Se ele decidia ir sozinho
Não dava pra segurar
Mas era generoso e dava a bola
Pr'um companheiro marcar
Ele é ele é ele é
O nosso rei da bola, o rei Pelé
Ele é ele é ele é
O rei de toda a Terra
Que conquistou a coroa
Pelo toque de seu pé
Como é que uma canção pode contar a magia
Da cada toque que ele inventou
Num monte de palavras e numa só melodia
Num dá pra descrever nem um gol
E olhe agora o que eu vou te dizer
Você não vai acreditar
Porque ele marcou mil e tantos gols
E foram todos de arrasar
E pra comemorar ele saia correndo
Com todo time dele atrás
No auge da alegria ele vibrava pulando
No alto dava um soco no ar
Um soco da glória da vitória
De quem sabia ganhar
E pra ganhar tem que saber perder
Para poder se superar
Ele é ele é ele é
O nosso rei da bola, o rei Pelé
Ele é ele é ele é
O rei de toda a Terra
Que conquistou a coroa
Pelo toque de seu pé
Composição: Paulo Tatit e Zé Tatit ·
FONTE: Letras.mus.br/palavra-cantada/748143/



Educação no trânsito: Pedestres


Quando se fala em trânsito, a maioria das pessoas lembra de veículos, 
principalmente ônibus e carro.
 Mas, trânsito envolve o pedestre, que possivelmente é a peça
 mais importante do trânsito. Basta o motorista sair do carro
e vira um pedestre. Por isso, toda a atenção às regras de trânsito 
é necessária. Motoristas, motociclistas e ciclistas também devem 
estar atentos aos direitos dos pedestres. 
O número de mortes envolvendo pedestres ainda é alto no Brasil. 
No Código Brasileiro de Trânsito há regras 

Para pedestres. Acompanhe algumas dicas:


Atravesse sempre na faixa de segurança. 

Sempre pela direita da faixa. 
Mesmo na faixa, olhe para os dois lados e mantenha a atenção.
Na faixa de pedestre sem semáforo, a vez é de quem está a pé.
Na hora de atravessar a faixa, dê sinal para os motoristas,

 levantando o braço.
Embora você tenha preferência na faixa de segurança, somente 

inicie a travessia quando os veículos estiverem parados. 
Crianças e pessoas idosas devem ser ajudadas no momento de 

atravessar a rua. Segure as crianças pelo punho para não escorregarem.
Procure atravessar sempre em locais sinalizados, usando as faixas de 

pedestres ou passarelas. 
Nunca atravesse em curvas, túneis, pontes e viadutos.
Se estiver em grupo, ande em fila única. 
Nas rodovias, ande pelo acostamento e em sentido contrário 

aos veículos.
À noite ou em dias de chuva, todo cuidado é pouco. 

O conselho é que você utilize roupas claras para ser melhor visto e, 
ao atravessar uma via, guarde mais espaço entre você e o veículo 
em movimento.


Fonte: http://www.detran.gov.br

Crônica - O homem de três corações

Por: Giovani Iemini*


Desde cedo me acostumei com a reação das pessoas quando eu contava 
que meu pai era de Três Corações  cidade do Pelé!

Me envaidecia, a maioria das cidades de pessoas que vieram 
para Brasília era desconhecida. A do meu pai não, lá tinha
 nascido uma das celebridades mais famosas do mundo. 
As outras eram Beatles e Jesus Cristo. Meu pai, cristão, adorava 
os Beatles mas, curiosamente, não gostava muito do Pelé  
o negão nunca fez nada pela cidade.

Eram os anos oitenta, Pelé ainda não descobrira o marketing 
de se mostrar “um homem de três corações”.

Os anos passaram, as ações humanitárias e pacíficas do Pelé 
confirmaram-se legítimas e originais, sua imagem firmou-se 
com uma amplitude superior a do atleta do século. 
Sua cidade tornou-se quase nazarena, uma meca do 
profeta boleiro. Meu pai continuava não gostando dele  agora se
 aproveita da imagem da cidade.

Me divertia essa bronca desmotivada. Eu estava ainda mais satisfeito
 com a ligação da minha família com uma personalidade 
tão mundial. 
Então, inauguraram uma estátua enorme do rei no balão de entrada 
da cidade. 
Ele está socando o ar, sua pose mais conhecida, contudo,
 pitorescamente, parece também estar jogando uma pedra.
 Alguns, maldosamente, dizem que joga uma pedra sobre
 Três Corações.
Meu pai detesta a estátua. Afinal, qual seria o motivo de
 seu desprezo?  
contra o Pele? Nada. É um grande sujeito, pessoa nobre.

Finalmente entendi a visão tricordiana de meu pai. 
Ele era orgulhoso de Três Corações, independente do Rei do
 Futebol também ser dali.
 Achava que a cidade fez mais pelo atleta que o atleta por ela,
era como se nascer em Três Corações fosse uma vantagem
 para o Pelé, não o contrário. Mesmo que ele não se tornasse 
quem é, ainda seria um favorecido por ter nascido lá. 
Para meu pai, quando o Pelé entendeu isso, ele se aproveitou da 
cidade sem oferecer nada em troca, diretamente ou não, 
pois a cidade não ganhou com sua imagem, embora seja
 a Nazaré do Nascimento, nunca houve o lucrativo turismo 
ou algum benefício do estado.




















Essa percepção era partilhada por todos: o Pelé era um cara legal, 
mas como todos os outros da cidade, era apenas mais um abençoado
 tricordiano, agraciado pela felicidade e o marketing de 
ser uma pessoa de Três Corações.

E eu compreendi que o orgulho que eu sentia ao descobrirem que
 meu pai nasceu em Três Corações era similar. 
Não era o Pelé que tornava a cidade especial, era o meu pai.
 O verdadeiro homem de três corações era ele.

Ele era meu pai, oras, para mim, a pessoa mais famosa do mundo.



*Giovanni é escritor, mora em Brasília (DF), é filho de João Flávio Iemini e neto da professora 
Clotilde Iemini de Rezende Brasil.


A MODERNIZAÇÃO DE TRÊS CORAÇÕES SOB O OLHAR DO POETA TRICORDIANO DARCY BRASIL

Poeta Tricordiano: Darcy Brasil

Por: Aline de Souza Pereira

Prefiro a simplicidade.
O grito de um pássaro lá em cima,
palmeira do jardim.
(Darcy Brasil)

Para comemorar o aniversário da cidade, Darcy Brasil escreve a crônica “23 de Setembro” (1981, 40), em que fala das transformações pelas quais a cidade passou ao longo do último século. O autor lembra das pessoas mais velhas que aqui residiam, dos prefeitos, da cidade tornando-se mais movimentada, com novas ruas, com o trânsito dos automóveis e diversas outras mudanças. Na análise da crônica, percebemos mais do que uma simples homenagem do autor ao progresso. Notamos que, quando ele fala desse processo, ele revela também os conflitos entre a modernidade e a tradição, pois ao mesmo tempo em que o progresso promete crescimento e novidades, ele também ameaça destruir tudo o que sabemos, temos e somos.
No ensaio “O narrador – considerações sobre a obra de Nicolai Leskov”, de Walter Benjamim, fala-se sobre a questão da modernidade. Segundo Benjamin, a narrativa tradicional está em decadência, pois hoje quase não encontramos mais pessoas que apreciem a arte de contar histórias, como em tempos pretéritos. Com a chegada da modernidade, a vida vem mudando seu ritmo, ficando cada vez mais agitada, com inúmeras transformações que não cessam de acontecer. Assim, é a própria experiência que entra em baixa, criando obstáculos para a atividade dos antigos narradores, que perderam parte de sua função social, que era a detransmitir a experiência. Mas a narrativa continua sendo importante para a sociedade, pois através dela podemos compreender uma época, suas crenças e seus costumes. Comparamos o ontem e o hoje, percebemos as mudanças que ocorreram e descobrimos os conflitos dos tempos atuais.
O processo de modernização traz muitas perdas e sofrimentos para as pessoas. Em sua crônica, Darcy Brasil mostra as angustias que sente com as mudanças provocadas pela modernização, falando com nostalgia das ruas calmas, quietas e quase mortas do povoado que deu origem à cidade. Uma paisagem que não existe mais, porque hoje a cidade é só progresso: “Aceita cidade saudações de um velho que te amava. Não amo mais não. Tu agora és progresso, linha vertical cidade. Progresso. É bom, mas fere a gente.” Agora, a cidade é “progresso e aflição”, “carros em correria, quebrando matando” e ele sente saudades de tudo o que passou: “Prefiro, sei lá! O meu tempo de criança.”
Concluímos, então, que Darcy Brasil de certa forma se comporta como o narrador tradicional ao qual se refere Walter Benjamin, pois em suas narrativas encontramos a sabedoria de um velho que conta as suas experiências de vida, tentando passar para seus leitores os ensinamentos, tornando-se assim a memória da família, do grupo, da sociedade. Esse narrador tradicional tem como função social lembrar e contar para as novas gerações a sua história, de onde veio, o que fez e aprendeu. Mas, com a progressiva chegada da modernidade, essa função perde seu valor social e o próprio narrador sente-se deslocado: “Semrumo? Não diga, meu velho. Sem rumo sou eu.” Desse modo, revela-se na crônica uma visão ambígua e problemática do processo de modernização.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Darcy Moura. Aindareia: Três Corações, Ed. Gráfica Véritas 1981.
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política. 7ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

O futebol feminino nos EUA





O início da caminhada modalidade não foi devido a fatores culturais ou econômicos. Mas sim por conta da política
Por: Hélio D' ana

O futebol feminino nos Estados Unidos é sem duvida o esporte de maior participação para mulheres (segundo a AYSO ou American Youth Soccer Organization).
Além das oportunidades nas escolas, as garotas têm a chance de jogar em clubes dentro das várias faixas etárias. À medida que as meninas progridem dentro do esporte, podem chegar a jogar o campeonato universitário e, agora, o profissional.
O campeonato universitário é usado como fonte de revelação para as garotas que querem se profissionalizar. Há também ligas de clubes adultas que servem como fonte de revelação de talentos. Por exemplo, a liga W-League (http://wleague.uslsoccer.com/) é semi-profissional, permitindo a jogadoras universitárias participação nos meses de férias, além de servir de celeiro para a liga profissional. Há ainda mais uma liga semi-profissional chamada de WPSL (http://www.wpsl.info/) que é similar a W-League.
Ambas funcionam de maio a agosto e normalmente abrigam jogadoras da região de cada time. As meninas ficam em casa de família ou em alojamentos e trabalham durante o período, normalmente fazendo clínicas de futebol.
Já a liga profissional é chamada de WPS ou Women's Professional Soccer (http://www.womensprosoccer.com/). A liga no momento possui apenas nove times, mas já tem planos de expandir ano que vem.
O começo de tudo
O início da caminhada do futebol feminino nos EUA não foi devido a fatores culturais ou econômicos. Aliás, todos sabemos quanto atrasada a cultura do futebol é aqui na América. A grande diferença foi política.
Em 1971, um estudo feito aqui demonstrou que apenas 18% de todas as mulheres americanas chegavam a um diploma univeristário (em comparação a 26% dos homens). Em nível das oportunidades disponíveis dentro do desporto, a disparidade era absurda: praticamente 90% dos investimentos no desporto iam para os homens e apenas 10% para as mulheres.
Dessa situação surgiu em 1972 a lei conhecida aqui por "Title IX" (Título Nove). Em resumo, a lei diz que "nenhuma pessoa nos EUA pode ser, com base em seu sexo, discriminada ou excluída em participação de qualquer projeto educacional recebendo assistência federal". E como a prática do desporto é grandemente vinculada ao sistema educacional aqui, naturalmente esses programas receberam um imenso "boost" com a nova lei.
O escritório de Direitos Civis do Departamento de Educação Americano foi incubido de vigiar a aplicação da lei. Só para se ter uma noção, essa lei atingiu 51 milhões de alunas do nível elementar e secundário, e 14 milhões no nível universitário.
Imediatamente, as instituições tiveram que se virar para estabelecer igualdade de oferta em todos os programas educacionais, incluindo o do desporto (e naturalmente do futebol feminino). Aliás, em nível prático, essas instituições tiveram que investir a mesma quantidade de dinheiro já investida no desporto masculino, não só no que se refere ao orçamento de gastos, mas também às bolsas de estudo oferecidas.
Portanto, nesses mais de 30 anos que se passaram, houve uma explosão de oportunidades para as meninas, desde iniciação à prática de alto nível. E naturalmente a demanda obrigou a criação dessas ligas que mencionei.

O conceito de bolsas de estudos para futebol nos Estados Unidos



As universidades norte-americanas não são gratuitas. O que há são diferentes tipos de descontos. Entenda as diferenças


Por: Helio D'Anna
Nesta época do ano, quase que diariamente recebo e-mails de jovens interessados em estudar e jogar nos Estados Unidos. Muitas vezes as perguntas e dúvidas são as mesmas. Portanto, decidi escrever sobre o “mito” das bolsas de estudos.

Talvez pelo fato de várias universidades brasileiras serem gratuitas, a verdade é que o brasileiro é um pouco mal acostumado. Sempre acha que o estudo universitário é um direito, quando na verdade é um privilegio. Digo isso, pois lembro que quando cursava a Unicamp, em Campinas, sempre ouvia reclamações dos alunos da falta de certa estrutura, mas quando a reitoria mencionava qualquer pagamento ou taxas, daí vinham as menções a greves. Ao fim do dia, sempre achei errada essa postura de que ensino deve ser gratuito.

Mais ou menos a mesma linha de pensamento se aplica quando jovens brasileiros pensam em jogar o futebol universitário. Todos acham que o conceito "bolsa de estudo" significa "tudo de graça". A verdade é bem diferente. Em primeiro lugar, independentemente de uma universidade americana ser privada, estadual, ou federal, todas custam. Não há nenhuma grátis. O que há é um preço diferente para os que residem dentro do estado, e/ou que possuem notas boas, e/ou que se qualifiquem para diferentes bolsas (sim, há mais de um tipo de bolsa, o que já da uma dica que a palavra integral não é anexada automaticamente...).
Deixe-me ser mais específico quanto à palavra “bolsa”. Há dois sentidos para ela: em primeiro lugar, qualquer “desconto” dado por qualquer motivo é chamado de bolsa. Exemplos de desconto (ou bolsas): desconto acadêmico (prêmio para quem tem notas boas), desconto para alunos internacionais (algumas escolas dão isso para ajudar na diversidade da população de alunos), desconto federal (para americanos com problemas financeiros), desconto estadual (para americanos que moram no estado em que estudam), desconto atlético (para atletas que participam em algum esporte), etc.
O segundo sentido da palavra bolsa é para a definição do “orçamento” (budget) dos técnicos de futebol ou qualquer outro esporte. A verdade é que nos EUA há limites de quantas “bolsas” podem ser dadas para times de futebol (a palavra bolsa, aqui, significa o custo de estadia, alimentação e o custo da escola). Há ligas que permitem 11 bolsas, nove bolsas, etc. Ou seja, o técnico tem esse orçamento (por exemplo, 11 vezes o custo total) para ser dividido entre os jogadores do plantel. Portanto, não é todo mundo que vem de graça...
Já que citei os diferentes “orçamentos” das diferentes ligas, me deixe ser mais específico. A liga NCAA divisão 1 permite até 9,9 bolsas atléticas para o futebol masculino e 14 para o feminino. A liga NCAA divisão 2 permite até 9 bolsas atléticas para o futebol masculino e 9,9 para o feminino. A liga NCAA divisão 3 não permite bolsas atléticas. Mais um aspecto: as três divisões da NCAA permitem bolsas acadêmicas sem limite (em geral, a liga de divisão 1 oferece poucas bolsas acadêmicas, a divisão 2 um pouco mais, e a divisão 3 mais ainda...).
Por último, a liga NAIA permite até 11 bolsas somando atlética e acadêmica. Para exemplificar, minha universidade, que é de divisão 2 (Lincoln Memorial University), possui as nove bolsas atléticas e em média mais umas cinco acadêmicas (um cálculo que flutua, pois depende das notas dos jogadores).
Ah, sim, mais uma pequena observação: as universidades aqui são caríssimas!
Independentemente de serem públicas ou privadas, elas custam em média algo em torno de 30 mil dólares por ano (curso mais estadia e alimentação). Portanto, alguém com uma bolsa total de, por exemplo, 90%, ainda tem um custo médio de 3 mil dólares.
Com as informções acima, o leitor pode projetar matematicamente que a maioria dos técnicos de futebol nos EUA tem um orçamento que cobre em média de 50% a 70% do custo total da universidade. Obviamente, a distribuição das bolsas não é igual a todos, sendo comum que os principais jogadores recebam de 90% a 100% e os jogadores de nível um pouco inferior recebam menos...
Por último, gostaria de lembrar a quem tem interesse em jogar futebol aqui recebendo “bolsa” (desconto de qualquer tipo). Quantas vezes eu escuto reclamações de jovens aos quais são oferecidas uma bolsa que cobre “apenas” o custo da escola e não a estadia e alimentação.
Será, então, que esses alunos agora querem que, por exemplo, a Unicamp custe zero e permita que eles comam de graça e morem de graça em apartamentos? 

O IMPORTANTE É !!!

Educar Pelo Futebol


FONTE: http://www.universidadedofutebol.com.br/

Uma receita para 2014

Confira alguns "ingredientes" para a atuação no futebol


Por: Eduardo Barros
eduardo@universidadedofutebol.com.br

Caros leitores,
A busca pela vitória é uma constante em nossa profissão. Neste ambiente, uma sequência de resultados positivos é facilmente esquecida após uma ou outra combinação de reveses. Logo, por uma simples questão de sobrevivência, ter a receita do sucesso pode ser uma grande arma para a indispensável vantagem competitiva e consequente acúmulo de vitórias.
Com o término de 2013 e o início da temporada seguinte, inevitavelmente, nos fazemos diversos questionamentos sobre como pensamos e intervimos no jogo (e no treino) de futebol.
Muitos destes questionamentos referem-se aos incontáveis procedimentos (técnicos, táticos, físicos, psicológicos, de relacionamento, administrativos, etc.) que adotamos ao longo do ano e como agiremos na próxima temporada diante de acontecimentos semelhantes.
Como parte destas reflexões, tendemos a estabelecer uma lista (mental, manual ou digital) com elementos indispensáveis: a plataforma de jogo ideal, a sessão de treino infalível, os comportamentos do Modelo de Jogo que levam as vitórias, a preleção certeira e até os melhores vídeos motivacionais. A partir da combinação destes elementos temos a nossa receita para o sucesso.
Já são mais de 20 anos de envolvimento com a modalidade, 14 anos como atleta e 6 anos como gestor de campo (auxiliar técnico, analista de desempenho ou treinador), e apesar da curta experiência “fora das quatro linhas”, para encerrar o ano, gostaria de compartilhar alguns “ingredientes” da minha receita com vocês:
• Tente ser um exemplo para o seu grupo de jogadores. Suas atitudes valem mais do que qualquer discurso;
• Seu próximo treino deve ser o melhor que já aplicou em toda sua carreira;
• Estude muito. Mesmo sabendo que nenhuma das respostas que procura está pronta em algum livro;
• Livro de Jogos? Evite-o. Você deve elaborar o treino de acordo com a necessidade da equipe e não encaixar um treino nela;
• Cobre, oriente, corrija e mostre caminhos. Lembre-se: você é um educador;
• Não seja amigo de jogador. Boa relação e respeito mútuo podem ser mantidos com a natural relação hierárquica atleta/comissão técnica;
• Integridade e ética. Mesmo que lhe custe a vitória;
• Compartilhe sua opinião e ouça a do outro. A troca de conhecimento o tornará melhor;
• Sinta e viva o jogo que você quer ver sua equipe jogar;
• “Eu venci, nós empatamos e vocês perderam”. A grande receita para o fracasso (Obrigado, Bellão);
• Adapte-se ao ambiente. O seu ritmo (e sua visão) não é o mesmo de todos a sua volta;
• Modifique o ambiente. Seu comportamento tem poder de transformação;
• Seu próximo jogo deve ser o melhor que comandou em toda sua carreira;
• Preleções curtas. Ensinar o que instantes antes da partida?;
• Dê autonomia a sua comissão técnica e demonstre confiança neles. O elenco perceberá! Tanto a confiança, como a falta dela;
• Siga os melhores de sua profissão. A melhor maneira de segui-los? Assista a seus jogos;
• Em alguns momentos, a melhor sessão de treino é uma roda de conversa;
• Conheça-se. É bem provável que você tenha limitações que afetam a equipe;
Seria pretensão afirmar que esta é uma receita de sucesso. São apenas alguns elementos praticados por alguém que está começando e que tem ciência do quão longo é o caminho até ao êxito.
E, para concluir, não é pretensão nenhuma afirmar que um ingrediente básico para toda receita de sucesso é saber que ela está em constante modificação e construção.
Um abraço e um excelente 2014 a todos!

Turibio Barros, mestre e doutor em fisiologia do exercício

Para ele, lesões e contusões no futebol têm mais gravidade atualmente do que no passado

Por: Guilherme Yoshida




Com o futebol atual disputado de uma forma muito mais intensa, tanto em partidas oficiais quanto em treinamentos, a frequência e a gravidade das lesões e contusões aumentaram consideravelmente em relação ao que acontecia há algumas décadas.
Neste cenário moderno, os choques durante a prática do esporte acontecem em uma velocidade muito maior e, com isso, os traumas no corpo do atleta têm uma consequência mais profunda, como aponta Turibio Leite de Barros.
"Acho que as lesões na atualidade, na verdade, são as mesmas [do passado]. O que muda, talvez, seja até a gravidade delas. E até a frequência ou a incidência delas [é maior]. Porque estamos na razão direta da evolução física do próprio esporte. Atualmente, o atleta corre distâncias muito maiores do que há três ou quatro décadas. Com isso, obviamente, do ponto de vista físico, a probabilidade de choques e de traumas aumenta na razão direta do aumento do vigor físico que o esporte é praticado. Então, acho que isso acarreta em uma maior gravidade muitas vezes, pois os choques acontecem em maiores velocidades, e a probabilidade de acontecer lesões traumáticas também acaba crescendo", disse, em entrevista exclusiva à Universidade do Futebol.
Mestre e doutor em fisiologia do exercício e professor da Unifesp há pouco mais de 35 anos, Turibio Barros foi fisiologista-chefe do São Paulo Futebol Clube por duas décadas e meia, período em que idealizou e ajudou a construir o Reffis, o centro clínico do clube paulista e considerado uma das referências no futebol brasileiro.
Sua jornada profissional ainda conta com atuações como coordenador do curso de medicina esportiva na mesma Unifesp e fisiologista do projeto olímpico do Esporte Clube Pinheiros, além de ter escrito sete livros e mais de 123 artigos científicos.
Com tamanha experiência, este especialista afirma com veemência acreditar que a medicina esportiva no Brasil serve de modelo para os profissionais que atuam na Europa e Estados Unidos. Após trabalhar novamente na recuperação do meia Kaká, do Real Madrid e da seleção brasileira, ele acrescenta ainda que o fato de os jogadores brasileiros retornarem ao país natal para tratarem de suas lesões é uma evidência de que os métodos realizados nos clubes nacionais são mais avançados do que em outros centros do futebol.

"Acho que aqui no Brasil se tem uma cobrança muito grande e maior para que o retorno do atleta que tem uma lesão seja o mais rápido possível aos gramados. Ao contrário do que acontece na Europa, principalmente, onde lá eles absolutamente não têm pressa. E, como não tem essa pressa, curam de uma forma mal curada, porque não investem naquilo que pode acelerar o processo de recuperação das lesões. Além disso, aqui no país parece que o atleta tem sempre uma importância maior para os clubes, a presença dele em campo é muito mais cobrada. Então, o investimento que se faz no futebol brasileiro, tanto na recuperação quanto na prevenção de lesões, acredito que seja mais efetivo, consistente e avançado do que nos outros mercados, em especial, o europeu", avalia.
Turibio Barros falou ainda de core training, dos clubes mais estruturados do Brasil e da importância de se manter uma comissão técnica permanente para o trabalho com as equipes de futebol. Confira a entrevista na íntegra que ele cedeu durante evento em São Paulo.
Universidade do Futebol – A Uefa possui uma Associação que estuda as principais causas de lesões em atletas, com um grande banco de dados. Há algo sendo feito nesta direção no Brasil?
Turibio Leite de Barros  Não que eu saiba, se existe alguma iniciativa deste tipo deve ter sido de uma natureza muito isolada, sem que haja um guarda-chuva de uma entidade oficial, que realmente possa dar melhores recursos para que isso seja feito de forma sistemática. Eu acho que é um tipo de iniciativa que deveria ser abraçada pela CBF, particularmente. Com toda certeza, se existe algum lugar que isto seja necessário é aqui no Brasil.
Universidade do Futebol – A Medicina do Esporte evoluiu muito em relação à tecnologia ligada aos exames e aos diagnósticos. Qual a importância desta evolução e como está o futebol brasileiro se comparado com outros países neste aspecto?
Turibio Leite de Barros – Acho que o Brasil hoje em dia tem um nível de desenvolvimento nesta área da medicina esportiva muito importante. Fato é até que, não é patriotismo dizer, particularmente no aspecto da reabilitação, a estrutura que nós temos aqui no Brasil, a qualidade dos profissionais que atuam neste segmento, com toda certeza está em nível de ponta no universo da medicina esportiva mundial. Acho que até, sem falta modéstia, o europeu tem de aprender muito com a gente neste sentido.
Turibio Barros foi fisiologista-chefe do São Paulo por muitos anos. Para ele, clube do Morumbi foi pioneiro entre os clubes brasileiros em relação à infraestrutura
Universidade do Futebol – O que faz a medicina do esporte no Brasil ser uma das referências mundiais? O que há de diferente na maneira de atuar dos profissionais brasileiros em comparação com os profissionais de EUA e Europa? Seria esse um dos motivos para que muitos jogadores venham se tratar no Brasil?
Turibio Leite de Barros – Acho que aqui no Brasil se tem uma cobrança muito grande e maior para que o retorno do atleta que tem uma lesão seja o mais rápido possível aos gramados. Ao contrário do que acontece na Europa, principalmente, onde lá eles absolutamente não têm pressa. E, como não tem essa pressa, curam de uma forma mal curada, porque não investem naquilo que pode acelerar o processo de recuperação das lesões. Além disso, aqui no país parece que o atleta tem sempre uma importância maior para os clubes, a presença dele em campo é muito mais cobrada. Então, o investimento que se faz no futebol brasileiro, tanto na recuperação quanto na prevenção de lesões, acredito que seja mais efetivo, consistente e avançado do que nos outros mercados, em especial, o europeu. E o fato de os jogadores virem se tratar no Brasil é o indicador mais evidente que, de fato, a gente aqui no país está à frente neste aspecto.
Universidade do Futebol - Pelo fato de a lipoaspiração ser uma cirurgia que altera a composição corporal do atleta e pode melhorar o desempenho deste, ela pode ser considerada doping, como apregoam alguns médicos e fisiologistas?
Turibio Leite de Barros – Eu acho que a lipoaspiração é uma cirurgia estética, não faz parte, certamente, do arsenal de recursos que deva ser utilizado no esporte. A lipoaspiração é um procedimento estético. De maneira nenhuma poderia fazer parte daquilo que um atleta faz uso para melhorar o seu desempenho. Até porque a resposta, inclusive, a médio e longo prazo, nunca seria positiva. Você tende a recuperar essa gordura, retirada com a cirurgia, se o jogador não mudar os hábitos, não mudar os fatores que vão determinar a existência deste excesso de gordura. Então, para o atleta, isto não deve fazer parte do arsenal que está a sua disposição.
Atualmente, Kaká precisa somente adquirir ritmo de jogo, informa Turibio. O fisiologista diz ainda que lesões no futebol moderno têm uma gravidade maior em relação ao que se via no passado
Universidade do Futebol – Hoje em dia no futebol profissional há mais e diferentes lesões se compararmos com o que acontecia há 20 ou 30 anos, quando a preparação dos atletas era outra?
Turibio Leite de Barros – Acho que as lesões, na verdade, são as mesmas [do passado]. O que muda, talvez, seja até a gravidade delas. E até a frequência ou a incidência delas [é maior]. Porque estamos na razão direta da evolução física do próprio esporte. Atualmente, o atleta corre distâncias muito maiores do que há três ou quatro décadas. Com isso, obviamente, do ponto de vista físico, a probabilidade de choques e de traumas aumenta na razão direta do aumento do vigor físico que o esporte é praticado. Então, acho que isso acarreta em uma maior gravidade muitas vezes, pois os choques acontecem em maiores velocidades, e a probabilidade de acontecer lesões traumáticas também acaba crescendo.
Universidade do Futebol – Hoje em dia, em vários clubes, tem se utilizado muito o trabalho de core training para a prevenção de lesões. Esta técnica realmente é eficaz para este objetivo? Quais são os pontos principais que ela pode ajudar o atleta a se lesionar menos?
Turibio Leite de Barros – O core training trabalha basicamente a propriocepção. E isto é um fator extremamente importante para a prevenção de lesões, como também na reabilitação das contusões. Então, é um procedimento relativamente recente no aspecto de seu uso no futebol, mas acho que ele tende a ficar muito mais presente e ser muito mais utilizado no futuro. Até porque o entendimento do princípio que está por trás deste modelo de treinamento requer, realmente, que o próprio profissional que o emprega seja melhor treinado e especializado para fazer isso adequadamente. Mas é um método que deve ser utilizado com toda certeza. É extremamente interessante.
Para Turibio Barros, fisiologistas atuais não podem ser meros executores de um método, como o teste do CK. Ele aponta que profissionais devam frequentar congressos científicos e sempre fazer cursos de aperfeiçoamento
Universidade do Futebol – Em alguns clubes no Brasil, parte das comissões técnicas e outros departamentos são permanentes. Qual a sua opinião a respeito? Em que este fato favorece a qualidade do trabalho desenvolvido junto aos atletas?
Turibio Leite de Barros – É evidente que a comissão sendo competente, sendo bem homogênea, que é muito importante que haja um grande entrosamento entre os profissionais da equipe, o resultado tende a ser cada vez de melhor qualidade. Quanto mais tempo estes profissionais têm para montar isso dentro do clube, evoluir isso, e dar continuidade nos métodos de trabalho, como criar um banco de dados, que possam proporcionar um melhor aproveitamento dos procedimentos que são feitos, melhor será. Então, sendo atendidos estes requisitos, sem dúvida nenhuma, é extremamente importante que haja uma continuidade e permanência dos integrantes de uma comissão por mais tempo possível, o que contribuirá para que se atinjam melhores resultados.
De acordo com Turibio, Cruzeiro e Atlético-MG têm dois dos melhores centros de treinamentos fora do Estado de São Paulo. Locais são referências para treinamento e recuperação
Universidade do Futebol – Pela sua experiência no futebol, em qual estágio se encontra o futebol brasileiro no quesito estrutura (CM, CT´s e recursos humanos) de apoio ao atleta? Poderia discorrer um pouco mais sobre o assunto, citando cases?
Turibio Leite de Barros – Isso evoluiu muito aqui no Brasil. Basta dizer que, na década de 90, que não está tão distante assim, o único clube que tinha essa estrutura era o São Paulo. Isso eu posso dizer de corpo presente. E, de lá para cá, praticamente hoje em dia todos os grandes clubes das capitais têm, mas também clubes de fora das metrópoles e até agremiações menores de divisões de acesso investiram nisso. Certamente, a tendência é que a gente evolua cada vez mais neste aspecto. Não há como você ter um trabalho de qualidade sem uma infraestrutura, sem logística, de equipamentos e, principalmente, de pessoal qualificado para dar essa retaguarda ao atleta. Basta lembrar que, quando você fala de fisioterapeuta, nutricionista, fisiologista, pessoal que trabalha neste suporte ao atleta, está se falando de profissionais que lidam com jogadores que são patrimônios de milhões de euros. Então, tem de procurar o que se tem de melhor para tratar de um patrimônio deste valor. E isso, sem dúvida, ficará cada vez mais qualificado. Mas, atualmente, temos muitos clubes bem estruturados. O Corinthians, por exemplo, evoluiu muito nisso, o Palmeiras montou uma boa infraestrutura, o Santos tem uma excelente. Fora do Estado de São Paulo, temos o Cruzeiro e o Atlético-MG, que têm dois centros de treinamentos fantásticos em termos de estrutura, de treinamento e recuperação. Os clubes do Sul também, como Coritiba, Internacional, e até quando você vai para o Norte e Nordeste encontra-se estruturas muito bem montadas nos clubes de futebol. Com certeza, foi uma das áreas que mais se evoluiu e que a gente pode dizer que é um dos fatores para se ter um prognóstico cada vez melhor neste âmbito da recuperação, da reabilitação, e até dos modelos de treinamento.
Universidade do Futebol – Turíbio, e este retorno do Kaká à seleção brasileira? Você conhece bem o atleta, já o tratou diversas vezes, inclusive recentemente, o que ele teve exatamente em âmbitos fisiológicos? Como está a recuperação dele?
Turibio Leite de Barros – O Kaká é hoje um jogador plenamente recuperado depois de uma fase realmente muito difícil que ele passou, com lesões sérias, que se tornaram até crônicas durante certo tempo. Mas que, em função de um investimento pessoal dele, de muita determinação, de muita força de vontade, ele conseguiu superar. E pouca gente teria superado o que o Kaká passou. Pouquissímos atletas estariam jogando como ele, passando o que ele passou. Atualmente, tenho a convicção de dizer que a história de lesões é uma página virada. Ele é um jogador perfeitamente íntegro, plenamente recuperado, com uma condição física cada vez melhor, que vai melhorar conforme ele aprimorar o ritmo de jogo, que é o que ele precisa agora de fato. Agora, a pubalgia dele não foi o problema que fosse a causa dos outros, na verdade, ela foi a consequência. A pubalgia surgiu nos desequilíbrios musculares. Quando ele corrigiu isso, ele absolutamente nunca mais teve problema. Na contramão até de opiniões que queriam submetê-lo a cirurgias para resolver este assunto.
Turibio aponta que a crioterapia é o método utilizado na recuperação de atletas que melhor tem resultados comprovados. Outros trabalhos, segundo ele, ainda precisam de uma melhor comprovação científica
Universidade do Futebol – Atualmente, o trabalho de crioterapia vem se popularizando nos departamentos médicos dos clubes brasileiros. No entanto, ainda há rejeição por boa parte de atletas, além da dificuldade da logística para realizar esta técnica em estádios distantes. Por isso, já há alguns profissionais realizando outros trabalhos para a recuperação no pós-jogo ou treino, como a eletroestimulação neuromuscular. Como o senhor vê esses outros métodos?
Turibio Leite de Barros – Existe ainda uma discussão muito grande sobre a efetividade de todos esses outros métodos. O único que eu diria que tem mais evidências, que se não chega a ser um consenso está perto disso, é a crioterapia. Este tipo de trabalho já está baseado em evidências muito consistentes a respeito da sua importância e da sua efetividade. Os outros métodos, seja a eletroestimulação, a manipulação, ou eventualmente, recursos alternativos, como a acupuntura, são todos que ainda carecem de uma melhor comprovação científica e as evidências que existem ainda geram muitas controvérsias, que não permitem você ter a mesma ênfase de indicar como se tem para a crioterapia.
Universidade do Futebol – Atualmente, pode-se dizer que a fisiologia do esporte aplicada ao futebol ultrapassou as ações laboratoriais e tem atuação direta no cotidiano dos clubes. Qual é o novo papel do fisiologista?
Turibio Leite de Barros – Eu acho que a fisiologia é, se ainda não é tende cada vez mais a ser, a área que vai trazer o conhecimento cientifico para o futebol. Então, o fisiologista, no meu modo de entender, não precisa ser o profissional que está diariamente na rotina do clube, viajando em todos os jogos, presente em todos os treinamentos. Eu acho que ele precisa estar presente, mas mais do que isso: ele precisa ser o portador das informações que vão melhorar a qualidade do trabalho dos profissionais das áreas correlatas. Ele precisa ser o cientista da comissão técnica. Ele tem de trazer a informação cientifica, isso é de responsabilidade dele. E, para isso, ele precisa frequentar congressos científicos, ele tem de fazer cursos de aperfeiçoamento, e conciliar esse aprendizado com a transferência das informações para que a qualidade do trabalho de todas as áreas possa evoluir. O fisiologista não pode ser um mero executor de um método, como o teste do CK [creatinofosfoquinase]. Ele teria de trazer a informação que de dosar o CK é importante, este é o papel dele.