
Por: Prof.
Ms.Edison Santos
Quando
éramos criança, nós jogávamos as nossas peladas e os nossos horários eram
sempre depois da aula, ou depois das tarefas de casa.
Iniciamos os
nossos jogos no campinho da rua de cima, como as bolas caiam muito no quintal
do seu Vitor, nós mudamos de endereço para a rua de baixo, onde não havia casa
e existia lá um barranco, onde fizemos a nossa arquibancada, hoje seria chamada
de arquibancada ecológica.
O nosso
campinho foi construído em um mutirão abrimos um trilho ou caminho onde passava
uma pessoa, Eu tinha mais de oito anos de idade, e lembro que havia a turma de
cima e a turma de baixo, que ajudaram na construção do nosso último campinho de
terra batida. De lá saiu muitos craques para o futebol amador e profissional,
lembro que o nosso campinho era uma descida e quem ganhava o par ou ímpar
escolhia jogar para cima, porque para baixo a bola corria de mais e tínhamos
que imprimir mais velocidade e atenção para não cair no barranco do lado de
baixo.
As metas
eram de terrão ou de tijolos, chegamos até a construir um gol caixote de
madeira, poste e travessão, no começo eram somente os dois postes, e lá
recebíamos equipes de outros bairros vizinhos, e sempre saia um corre, corre e
até mesmo uns tapas, mas na maioria das vezes ali éramos felizes e sonhávamos
em ser um jogador de futebol.
Quando
marcávamos um gol saíamos correndo e gritando gol de Garrincha, de Rivelino,
Tostão ou de Pelé, éramos fanáticos no rei, mas não era somente eu que queria
ser Pelé, todos queriam ser um grande jogador quando crescesse, e ser sim
famoso e conhecido, como o rei do Futebol.
Eu era uma
criança, e não Pelé, mas todos os garotos da época gostavam de fazer gol ou uma
jogada bonita e falar que era Pelé.
Então nós
sentíamos os Pelé’s, mas naquela época os jogadores da Seleção Brasileira, do Santos,
Flamengo, Vasco, Atlético Mineiro, Cruzeiro eram menos badalados, hoje não é
mas assim, os garotos torcem pelas equipes campeãs e para aqueles jogadores que
se destacam, na seleção e no exterior.
Mas a emoção
de fazer um gol e sair dando soco no ar gritando é gol de Pelé, esse jeito de
comemorar era presente e marca registrada nos nossos gols, lá no campinho.
O nosso
campo ecológico onde tínhamos para as nossas peladas mais de cinco times
formados cada tarde, ali no nosso campinho nós mandávamos, somente nós sabíamos
como jogara ali.
A descida
era nossa aliada ali era onde o rei Pelé, era o melhor de todos, ali nós assistimos
gols que eram vistos somente na televisão, e outros gols que o rei nunca sonhou
em fazer.
Nós
jogávamos contra a descida e também podia fazer tabela no barranco, o melhor de
todos e que nós menores jogávamos contra rapazes mais velhos que nós, tínhamos
nas peladas mais ou menos cinco a seis times de fora, e não podíamos perder se
não ficaríamos muito tempo do lado de fora até chegar a nossa vez.
Mas sabíamos
fazer jogos de arrepiar, foi assim que começou tudo em nossas vidas, campinho nosso
amigo, hoje não tem mais lugar e nem espaços para construir campinhos iguais ao
nosso e nem sonhos.
Mas hoje
temos as lembranças e as saudades que bate forte no peito, e quando entramos em
um estádio de verdade tornamos aquela criança do velho e famoso campinho.
O que muda e
a maneira de comemorar os gols, não podemos mais gritar é gol de Pelé,
Garrincha, Rivelino, Tostão, Zico ou Pelé, pior ainda, porque nós mudamos
muito, a idade chegou e os sonhos ficaram para trás e somente a recordação e os
nossos amigos que ficaram.
Quem nunca
fez um gol em uma pelada de futebol e saiu correndo, gritando é Gol é gol dos
PELÉ’S da vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário