domingo, 11 de maio de 2014

O corredor das minhas lembranças

foto : ilustrativa


Por: Prof.Ms.Edison Santos

Corredor é um termo que se refere à uma estrada que não tem acabamento asfáltico ou similar, não é pavimentada é de terra batida.

Após muitos anos vivendo no centro da cidade do Rei Pelé e eu com quase três anos, minha família para sair do aluguel fomos morar nos altos do Monte Alegre onde meu pai comprou um terreno do compadre Mendes, como o seu Mendes era dono dos terrenos deu o nome ao loteamento de Vila Mariana o nome de sua esposa.

Que cercada estava pela Vila do Gessé, do lado direito para quem olha do Cristo Rei, a esquerda o Bairro Monte Alegre onde vamos para a UninCor e na frente a Vila Amoreli onde ficam os apartamentos dos oficiais do Exército Brasileiro, ao fundo fica o bairro Vila Lima que ao seu lado havia a fazenda do Chico Lima, onde é hoje o Bairro do Rio do Peixe.

O bairro Vila Lima e a fazenda do Chico Lima é o sobre nome da Família Lima que reside ali bem perto do Sitio do Sr.Humberto Gattin e bem perto dos apartamentos dos oficiais.

Aí começa a minha história sobre o CORREDOR, ali poderia ser chamado “Corredor da Morte”, porque ele passava no meio da fazenda do Gessé, do bairro da Vila Lima e da fazenda do Chico Lima e também dos bairros Vila Gessé, Vila Mariana e no fundo do Cemitério São João Batista indo em direção ao bairro Boa Ventura. Descendo pelo Brigadeiro iria chegar a Feira de Gado e ao Frigorífico Municipal um Corredor de Terra Batida.

Se não falhe a memória iria dar no Terminal de carga e descarga de gado, na linha férrea que ali se chamavam de Feira de Gado, devido a compra e venda de gado no local. Onde chegavam para o Matadouro Municipal e saíam gado da nossa cidade para outras fazendas e cidades da região.

Por isso o nome Feira de Gado, até pouco tempo na minha adolescência havia neste local um curral de ferro onde ficava os gados até a chegada dos trens da Rede Ferroviária Centro Oeste, onde meu pai trabalhava.

Mas voltando ao assunto corredor, era fascinante ver a boiada enorme vindo do lado da Fernão Dias e adjacências ou até mesmo de outras cidades vizinhas guiadas ou tocadas por tropeiros ou peões que são homens montados em cavalos na frente e atrás da boiada com seus berrantes.

Como era pequeno o que mais fascinava era o estouro da boiada, descia boi, vaca até cavalo que derrubavam os boiadeiros correndo pela Vila Mariana onde nós morávamos, mas sempre soube através dos meus irmãos, que havia estouro da boiada por todos os percursos até chegar ao seu destino que era a Feira de Gado e ao Matadouro Municipal.

Nunca esqueci aqueles momentos e dos vizinhos que moravam no Corredor e que ficavam apavorados quando ouvia o som dos berrantes e o barulho das patas e dos mugidos da boiada, que vinham em alta velocidade espremida entre os barrancos e os boiadeiros, devido esta pressão e a grande quantidade sempre escapava um tanto de animais e formavam a famosa estourada, descendo as nossas ruas até mesmo com destino a Praça Mariana, deixando os moradores com medo e assustados pelos estragos que aqueles animais poderiam fazer, nas casas, com as crianças e até mesmo com um adulto desprevenido.

Para concluir a minha história e as minhas lembranças destes momentos inesquecíveis da minha vida, o corredor virou mais tarde, uma das avenidas mais concorridas da cidade, a Avenida do Contorno.

Onde hoje, passa e passavam caminhões de leite em direção à fábrica Nestlé que hoje se situa a fábrica Kerry do Brasil, finalizando com o transporte de gado pelos boiadeiros e passando para os caminhões.

Assim chegava a modernidade e o asfalto na Terra dos Três Corações, com ele chegou o progresso.

Assim conto a minha história, o corredor e a boiada, da vida para a morte, do progresso ao desenvolvimento de um povo, do Povo Tricordiano !

fonte: www.maistc.net

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