segunda-feira, 21 de novembro de 2011

FUTEBOL NA LETÓNIA

Um novo estilo e a Europa descobre a Letónia



Com o empenho de Mezeckis e Jonhson, foram surgindo novas estruturas. Apesar do pouco apoio estatal, criaram-se campos de treino, piscinas, escolas de futebol, relvados indoor para o inverno, e, entre outras iniciativas, melhorou-se o departamento médico. Uma das principais dificuldades para formar uma forte selecção residiu no facto do campo de recrutamento ser muito curto, situação que ainda hoje permanece. Apenas existem oito clubes profissionais na Letónia, disputando todos a I Divisão, com o mesmo numero de participantes. Nos últimos tempos, em termos de competições europeias, o clube mais falado é o Skonto Riga, campeão por 13 épocas consecutivas, desde 1991 a 2003. Outros emblemas que, nas últimas épocas, têm lutado pelo titulo são o FK Ventipils e o Liepajas Metalurgs. Tendo como base o onze do Skonto Riga, cujos seus jogadores possuem maior experiência internacional, Jonhson procurou dar um novo estilo á selecção que, á data da sua chegada, ainda estava demasiado preso ao velho estilo de leste dos anos 60, muito rígido tacticamente. Os jogadores, tecnicamente fracos, quase tinham medo de ter, durante muito tempo, a bola nos pés. Com tempo, a equipa foi respirando melhor e na fase de apuramento para o Europeu-2000, a Letónia surgiu como maior confiança, praticando um futebol mais solto, ora de passe em profundidade, ora de estilo apoiado.
Progressivamente, os resultados começaram a acompanhar essa maior dinâmica competitiva. Entre os maiores feitos, destacam-se, em 1999, uma vitória na Grécia (1-2) e, já em 2000, um triunfo, em Riga, sobre a Finlândia. A maior proeza de Jonhson residira, porém, em recolocar a Letónia no mapa da Europa futebolística, ao ponto de muitos dos seus jogadores passarem a ser conhecidos fora da região balcânica. A transferência de Pehars fez muitos outros clubes, virar atenções para a Letónia, onde, como Gary Jonhson não se cansava de dizer e aconselhar a todos os directores de clubes ingleses, existiam muitos outros talentos com categoria para jogar no futebol inglês. Assim, nesse período, seguindo as pegadas de Pehars, outros jogadores letões receberam convites para jogar em Inglaterra, destacando-se, nesse grupo, o ala esquerdo Rubins e o guarda redes Kolinko , então transferidos para o Crystal Palace, o avançadoo Stolcers (Fulham), o médio centro Astafjevs (Bristol), o ala direito Bleidelis (Southampton) e, como principal sensação, o defesa Stepanovs, indicado por Wenger reforçar o sector defensivo do Arsenal, em 2000/01. Embora muitos não lograssem impor-se como grandes figuras das primeiras equipas para onde rumaram, a sua simples inclusão num futebol mais desenvolvido, noutro quadro competitivo e com possibilidade de jogarem contra adversários muito mais fortes, permitiu abrir novos horizontes ao chamado núcleo central da selecção, despertando um novo orgulho nacional entre a população pela sua selecção nacional. Na base de alguns desses relativos insucessos, esteve a falta de experiência e maturidade de todos estas estrelas balcânicas. Stepanovs, por exemplo, começou bem no Arsenal, mas acabaria por ser vítima de uma má exibição, contra o Manchester United, quando foi encarregue de marcar Dwight Yorke. Confundido com a velocidade do “diabo vermelho”, Stepanovs nunca acertou os tempos de marcação e, no final, foi apontado como principal responsável pela estrondosa goleada sofrida em Old Trafford: 6-1! Apesar de nunca mais ter voltado a merecer a confiança de Wenger, soube levantar a cabeça e hoje, as 28 anos, joga na Bélgica, no Beveren. O guarda redes Kolinko, por sua vez, começou como titular no Crystal Palace. As boas defesas seriam, no entanto, esquecidas quando o treinador Trevor Francis não lhe perdoou o facto de, num jogo em que ficou no banco, se ter ficado a rir após a equipa sofrer um golo contra o Bradford.


FONTE: PLANETA DO FUTEBOL

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