Por: Guilherme Figueiredo Machado e Israel Teoldo da Costa
O treinador é o principal responsável por dar estímulos que desenvolvam
as potencialidades dos jogadores
Com a evolução do futebol ao longo dos anos, a necessidade da formação
de jogadores vem ganhando um papel cada vez mais importante na estrutura da
modalidade.
Para aumentar a possibilidade de aproveitar ao máximo os jogadores
advindos das categorias de base, é necessário se investir naqueles que
apresentam maior talento e, consequentemente, maior potencial para se
destacarem neste esporte.
Segundo Weineck, o atleta talentoso é aquele que apresenta um desempenho
esportivo acima da média levando em consideração o grupo de atletas em que este
está inserido.
Como são muitos os aspectos que interferem no desempenho do atleta no
futebol, é necessário, no momento da seleção de talento, levar em consideração
esses aspectos, que são as capacidades físicas, técnicas, psicológicas e
táticas do jogador.
Por muito tempo, a detecção de talentos se deu embasada, principalmente,
no desenvolvimento físico do atleta, sendo muitas vezes selecionados àqueles
que apresentavam estatura e força acima da média para a idade. Hoje, entende-se
que esses são fatores realmente importantes para a modalidade, mas de longe são
os preditores de alto rendimento.
Ainda tratando do aspecto físico na seleção de talento é necessário
levar em consideração não só a estatura e força do jogador, mas também a velocidade,
o tempo de reação, a capacidades coordenativas, capacidade aeróbia, capacidade
de recuperação às cargas de treino/ jogo e outro fator muito importante que é o
estado maturacional.
Em relação à capacidade técnica, entende-se esta como a execução dos gestos
motores para a solução de tarefas advindas de cada situação, de maneira
eficiente e com o máximo de economia de energia.
Para a avaliação desta capacidade, deve-se levar em consideração a
habilidade do atleta em dominar, passar, chutar, cabecear e driblar.
Hoje, há uma grande valorização do atleta que é ambidestro, e dos
jogadores que quanto mais novos desenvolvem um melhor domínio na condução de
bola, possibilitando-os jogar de "cabeça erguida", aumentando sua
capacidade de leitura do jogo, o que é imprescindível para o alto rendimento.
Quando tratamos do aspecto psicológico, nós devemos avaliar nos atletas
a sua capacidade de liderança, a maneira como o jogador se relaciona com a
equipe dentro e fora do campo, a criatividade, o controle emocional, a
competitividade, a confiança, a aplicação aos treinamentos, a tolerância a
frustração, a concentração e a disciplina.
Uma ação importante para trabalhar é aspecto psicológico é traçando o
perfil psicológico do atleta através de avaliações, para potencializar os
pontos fortes e diminuir os pontos fracos.
Já a capacidade tática, que por muitos autores tem sido considerada a
mais importante para o alto desempenho no futebol, deixa de ser uma variável
que poderia ser medida apenas de forma subjetiva pelos profissionais envolvidos
na detecção de talentos e passa a contar com um instrumento, o Sistema de
Avaliação Tática no Futebol (FUT-SAT). Este instrumento quantifica o desempenho
tático do atleta, levando em consideração os dez princípios táticos fundamentais
do futebol, que gera um parâmetro concreto na identificação da capacidade
tática do jogador.
Além de identificar os talentos, é importante entender que este talento
é atualizável, ou seja, um garoto que com 12 anos é considerado um talento no
futebol, mas que não obteve estímulos adequados durante o processo de formação,
em uma categoria mais avançada pode ser apenas mais um jogador dentre muitos.
Portanto, o papel do treinador é fundamental nesse processo, sendo ele
responsável pela sistematização do treinamento a fim de dar estímulos que
desenvolvam as potencialidades dos jogadores de maneira a manter
"atualizado" esse talento.
FONTE: UNIVERSIDADE DO FUTEBOL
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