terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

JOGO DE MALHA



HISTÓRIA


O QUE SE CONHECE DA HISTÓRIA DA MALHA

Uma história de luta e amor para regularizar um esporte que já era praticado 

em São Paulo no fim do século passado.

O introdutor da malha em São Paulo e no Brasil não se sabe quem foi. Uns dizem 

que este jogo é de origem portuguesa, porque em Portugal joga-se o " Fito " 
muito parecido com o nosso jogo de malha, mais em outras partes da Europa 
e América do Norte há o jogo da Ferradura assim como o jogo do " Chiquilho " 
muito praticado na Espanha, chegando-se a conclusão de que o jogo da malha é 
Paulista e muito Brasileiro em vista de terem sido os Paulistanos a dar os 
primeiros passos para a regulamentação desse Esporte.

A MALHA COMO EDUCAÇÃO FÍSICA

Há muito pouco tempo o desporto da malha era tido como jogo de velhos. 

Hoje porém, temos uma grande legião de jovens que praticam esta 
modalidade desportiva, fato atestado pelo grande número de atletas menores 
de 21 anos registrados como defensores das associações e ligas registrados na Federação.
Como exercício físico, a malha tem a vantagem de não cansar o atleta a 

não ser que o mesmo jogue mais de uma partida, o suficiente para o exercício
 diário.
Em comentário sobre o desporto da Malha apresentado no 2º Congresso 

de Educação Física realizado em São Paulo foram dadas a conhecer a 
vantagem desse esporte com relação ao desenvolvimento físico. 
Os movimentos para arremesso da malha visando atingir o alvo postado
 a 34.30 mts desenvolvem a vista, tronco, pernas e braços ficando
 assim provado o benefício dessa modalidade na Educação Física.

HISTÓRIA DO JOGO

A história do jogo da malha é um apanhado feito segundo relatos de

 um veterano batalhador deste esporte, Arthur Bastos que pertenceu à 
primeira Diretoria da F.P.M. e a quem devemos o começo dessa 
história, que foi completada com as cansativas buscas feitos nos 
arquivos da F.P.M. segundo narração de Arthur Bastos, desde 1890 ou 
mesmo antes, já se podia constatar o agrupamento de pessoas ao entardecer 
( ele nessa época contava com 7 anos e via ali perto de sua casa a Rua 
25 de Março, perto do Rio Tamanduateí), homens que após um dia de serviço, 
ali estavam para jogar malha em terreno improvisado mas divertindo-se
 com essa modalidade que hoje possui uma legião incontável de adeptos. 
Esses primeiros malhistas jogavam com os mais variados objetos, pedaços 
de pedra, ferraduras ou pedaços de chapas de ferro dos mais variados 
formatos e tamanhos. Os pinos também não tinham o padrão certo mas a
 contagem de pontos era a mesma de hoje, quatro pontos por pino 
derrubados e dois pontos por malha mais próxima do pino. 
Não havia nada, faixa demarcação de arremessos e nem laterais,
 assim como não haviam as medidas certas de campo. 
As partidas eram, em sua maior parte disputadas em 24 
pontos no mano a mano e em maior contagem quando jogavam 
em 04 parceiros.

LEGALIZAÇÃO

Prosseguindo sua narração Arthur Bastos conta que com o passar dos anos

 ele viu que a malha não era praticada somente ali perto de sua casa, 
mas também em vários Bairros da Capital, viu ainda que a malha era praticada 
nas ruas da Lapa, Bom Retiro, Alto do Pari, Belem, Moóca, Cambuci, 
Ipiranga, podendo adiantar valendo-se de assentamento em seu poder 
que no Jardim América já se formava uma Associação (isso em 1931)
 a Eugenio de Lima que foi a primeira a ter sua praça de esporte iluminada.
 No Bairo de Santana surgiu o C.M. Sant"ana, no Belem surgiu o CSM.
 Catumbi acompanhando a Eugenio de Lima.
Em Santana surgiu tambem o C.M. Vila Izolina, que também teve sua praça 

de esporte toda iluminada. Assim foi a Malha introduzindo-se em todos os
 recantos e foi se fazendo cada vez mais admirada, tornando-se um 
esporte muito concorrido. Havia muito prazer em jogar a malha acompanhada 
da real rivalidade entre os competidores. A disciplina voluntária entre os 
disputantes era observada rigorosamente dentro de um comportamento 
edificante por parte dos vencidos e vencedores que sempre esperavam 
maior sorte em outra partida ou a confirmação de sua vitória. 
Como a tradição dentro do esporte acompanha o rolar dos anos, a malha pode
 se orgulhar de ser o esporte que se conserva quase inatingível pela 
turbulência entre os atletas, associações ou mesmo em sua torcida, 
não aparecendo litigios de importância ou rebeliões disciplinares 
contra autoridades desportivas, embora não falte o entusiasmo bem
como a rivalidade necessária entre as associações para o engrandecimento 
do esporte da malha. Continuando a desenvolver seu relato diz o
 Sr. Arthur Bastos que verdadeiros líderes detiveram em suas mãos,
 firme o destino do esporte da malha, esse esporte tão generoso 
em simpatia, tão atraente pela conduta dos participantes, tão cheio 
de atração pela modéstia de sua prática. Esses líderes, como verdadeiros
 ponta de lança abriram o caminho para a glorificação da malha 
" ESPORTE DOS HUMILDES NO PRINCÍPIO PARA SER O ESPORTE DE 
TODOS NOS DIAS DE HOJE ". 
Assim é que vemos reunidos em quadro de superior moldura num 
período de transição e incertezas que passou a direção da Malha
 Paulista sem uma determinação superior que viesse orientar com
 precisão - os antecessores que lideraram esse esporte. Com a Fundação 
da Liga Santana percussora da atual Federação Paulista de Malha, 
iniciou-se a organização da Malha em São Paulo.
 A Assembléia Geral das Associações do Bairro de Santana foi 
convocada em 1.931 em meados de Abril com 15 dias de antecedência, 
para que as Associações tivessem tempo suficiente de se prepararem para 
a mesma, pois seriam considerados fundadores as associações que a ela 
comparecessem. Assim naquele ano iniciou-se de maneira regular 
o desenvolvimento da malha, reunindo-se nessa Assembléia as seguintes 
associações. C.M. Santana, C.M. Claudino Alves, C.M. Conselheiro Saraiva, 
C.M. Marechal Hermes, C.M. Chora Menino, C.M. Glicério, C.M. 
Vila Isolina, C.M. Vila Ladario e C.M. Lusitano. Estes foram considerados 
os fundadores da Liga de Malha Santana. Foi eleita então a Diretoria
 para dirigir os destinos da nova entidade que passava a funcionar 
a Rua Conselheiro Saraiva. A Diretoria era assim composta Presidente
 - João Pinto Ferreira, Vice Presidente - Jaime Pinto Ferreira,
 Secretário Geral - Arthur Bastos, 1º Secretário Fabiano Meyer 
2º Secretário Adelino Ferreira Carvalho e Tesoureiro José Joaquim Roque.

OUTRAS LIGAS

Como sempre acontece não faltaram obstáculos para a nova entidade. 

Duas outras Ligas foram criadas por interesse particulares no intuito de 
dividir o esporte tão bem iniciado, a Liga Capitaneada pelo City do 
Bairro da Lapa e outra fundada no Bairro do Catumbi.
Entretanto o facho luminoso do desapego do interesse pessoal que 

tudo renuncia pelo bem do esporte e do interesse da coletividade, 
que brilhava na inteligência e no coração dos homens da liga de malha
 de santana foi a muralha que serviu de anteparo ao golpe dos dissidentes.
Essas duas ligas ofereceram o material para a têmpera esportiva da 
Liga de Malha de Santana e passada a prova enviaram ao Conselho 
Superior no Rio de Janeiro o Major Rômulo de Rezende a fim
 de acertar com a Presidência da Confederação Brasileira de Desportos 
a criação de uma entidade Superior.

FEDERAÇÃO PAULISTA

Retornando do Rio de Janeiro o enviado da Liga de Santana trouxe 

ordem expressa para a formação da Entidade superior que passou
 a ser a Federação Paulista de Malha fundada em 10 de Dezembro de 1.933.

fonte: http://www.federacaomalha.com.br/fed_historia.php

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