sábado, 8 de setembro de 2012

PESQUISA ELEITORAL VERDADES E MENTIRAS

POR : João Edisom de Souza



"Você mudaria seu voto apenas para não votar naquele que esta atrás 
das pesquisas?"

Para a maioria das pessoas, pesquisa verdadeira na politica é aquela que favorece

 “meu candidato” mas se olharmos as pesquisas em geral, veremos que são construções 
ou recortes de determinado momento da sociedade e não uma sentença final ou resultado 
definitivo de um sufrágio eleitoral.

A paixão que envolve o pleito eleitoral faz das pesquisas um instrumento de batalha 
entre os concorrentes e o menos favorecido pelo resultado procura desqualificar o 
resultado ou a empresa que realizou tal pesquisa e, quando temos mais de um 
concorrente então, podemos dizer que a maioria discursa em favor da 
desqualificação do resultado da pesquisa.

A pergunta é, tem pesquisa viciada? Claro que sim, por vários motivos e bem 
distintos uns dos outros, tem pessoas que responde uma coisa mas, depois faz outra, 
este é um fator bem mais comum do que se pensa, mas o mais perigoso está na forma 
de coletar as respostas para os formulários, o recenseador ou coletor dos formulários 
poderá Interferir no resultado, dependendo da forma que fizer a pergunta, poderá alterar
o resultado final, ou dependendo da forma que selecionar os entrevistados para responder 
o formulário é outro fator preponderante.

O que exponho acima são acidentes de percurso que poderão ser evitados com um bom
 plano amostral e com recenseadores treinados, bem intencionados e rigorosos. 
O que não é possível evitar é a resposta do cidadão selecionado para preencher o
 formulário, pois se este quiser “sacanear” ao responder as perguntas que lhes 
são feitas, aí não tem medida que evite um resultado diferente da realidade.

A outra pergunta é: o instituto de pesquisa poderá alterar o resultado depois de 
colhido as amostras para efeito de divulgação? Pode, mas é crime grave e ainda
 é um atentado contra sua própria empresa, resultado inverídico não beneficia ninguém, 
pois em cima de resultados falsos, serão construídos planejamentos de campanha e ações, 
portanto quem engana quem? Senão os próprios envolvidos, mas infelizmente, sabemos 
que muitos políticos, principalmente aqueles que falam o tempo todo que não acreditam 
em pesquisa, são os mesmos que acreditam que pesquisas influenciam o voto, principalmente
 dos indecisos. Por isso trabalham com esses engodos, logo: “quem do mal usa, 
do mal se cuida” provérbio de Confúcio, que podemos aplicar bem aos profetas e 
adivinhos de plantão que brigam contra e a favor das pesquisas que por hora nem
 eles mesmos acreditam.

Aí vem a última pergunta: pesquisa influencia o voto do eleitor? Esta eu respondo
 com outra pergunta: você eleitor mudaria seu voto apenas para não votar naquele 
que esta atrás das pesquisas? Para “não perder o voto”? Não tenho esta resposta,
 pois ela é muito complexa, depende do grau de consciência de cada eleitor, depende 
da seriedade de cada um, pois se entrarmos nesta seara teremos que discutir também 
o número de pessoas que trocam seu voto por objetos, dinheiro ou por favores. 
Estes são também em bons números, mas aí vem outra pergunta: são o suficiente
para mudar o resultado de uma eleição? Em alguns lugares, infelizmente acredito 
que sim, em outros não mais.

Bem, onde está então a grande questão das pesquisas? Está dentro da própria campanha.
 É que, dependendo do resultado, afeta os candidatos a vereadores e os cabos eleitorais, 
podendo aumentar a pilha ou diminuir o ritmo, ou ainda, até surgir um que
 já ganhou antecipado, parecer perigoso aos que estão na frente. 
Este é o verdadeiro motivo das discussões e implicância com as pesquisas 
eleitorais, por parte dos partidários. Mas, pesquisa não é resultado 
final e sim um “retrato ou recorte” de um dado momento apenas, 
uma amostragem, mas muito necessária no planejamento de tudo aquilo que fazemos,
 inclusive na politica.

João Edisom de Souza é Professor de sociologia e ciências politica ,
 consultor politico e escreve todas as quartas para o site No Poder.

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