sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

APLAUSOS FINAIS






Com a morte de Reginaldo Rossi, o mundo ficou menos brega.
 E muito menos romântico.
 E muito mais triste. Existe um ingrediente único na canção e interpretação bregas que é sua 
marca registrada: a declaração rasgada de amor. 
O brega não tem medo nem vergonha de se postar ao pé da amada, de enviar rosas, 
de gritar aos quatro cantos, de babar na fronha, de falar do amor que ilumina os

 caminhos ou que faz
 o homem beber até o sol raiar. 
Todo coração verdadeiramente brega transborda lirismo e
 paixões melosas e alucinantes.
 "Saiba que meu grande amor hoje vai se casar / Mandou uma carta pra me avisar

 / Deixou em
 pedaços o meu coração". 
Com aquelas roupas de (des)combinações exóticas, 
de gosto pra lá de duvidoso, jogo de cena surrado, olhares lânguidos e voz arrastada, 
os bregas são deliciosos, ordinários, sensacionais. A antiga zona está de luto, 
a boemia amarrou uma fita preta na manga do paletó, os bares estão à meia porta e 
as mulheres estão se descabelando, rasgando roupa e enlouquecendo aos pés do palco vazio.
 Reginaldo disse adeus.


 "Saudade grande / És meu abrigo / E o grande amigo que me ampara / Ao me ver sofrer".

FONTE: Facebook

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