quarta-feira, 15 de junho de 2011

HOMENAGEM DO OS PELÉ'S AO PROF. BEBETO DE OLIVEIRA, UM EXEMPLO DE PROFISSIONAL.

POR: PROF. Ms.EDISON SANTOS



PROF.BEBETO DE OLIVEIRA -PREPARADOR FÍSICO ( VASCO DA GAMA RJ )
E PROF. EDISON SANTOS - PREPARADOR FÍSICO (ACTC)   EM SÃO JANUARIO - RJ

     Pode-se dizer que Bebeto de Oliveira foi um preparador físico diferenciado. Até os anos 80, quando a tecnologia ainda não havia incrementado o setor para medição do real condicionamento físico do atleta, ele já mapeava o problema de cada um, dividia o elenco em grupos, e aplicava os devidos exercícios. Em vésperas de jogos importantes, sabia dosar a carga dos titulares e reservava aos suplentes os trabalhos mais pesados.
   Bebeto foi um preparador físico que se exercitava com os jogadores. Ou melhor: puxava a fila. Participava até de testes de velocidade, mostrando que eram capazes de realizar as atividades. A melhor definição sobre o seu trabalho foi dada pelo ex-zagueiro Mauro Galvão, nos tempos em que trabalharam no Vasco, na década de 90: "O Bebeto sabe motivar os jogadores sem ser grosseiro. Ele é muito criterioso".
    De fato Bebeto usava muita psicologia para motivar atletas para o trabalho físico. Habilmente incluía na programação exercícios que faziam os jogadores se divertirem ao mesmo tempo. E mais: diferentemente de alguns profissionais da área que ficam de olho na vaga de treinador, Bebeto sempre ficou na dele, e por isso não foi distinguido pela "treinadorzada".
  É comum qualquer treinador escolher o profissional de preparação física de sua confiança, mas paradoxalmente com Bebeto foi diferente. Trabalhou no Vasco da Gama durante dez anos, na década de 90, com diferentes treinadores, e não se tem conhecimento de que tivesse desavença com quem quer que seja.
   Em sua biografia como preparador físico consta, igualmente, longa passagem pelo São Paulo, na década de 80, culminando com a chegada à seleção brasileira em 1987, em companhia do técnico Carlos Alberto Silva, com quem fazia dobradinha no Tricolor paulista.
   Quis o destino que Bebeto voltasse ao São Paulo em 2006, numa função diferenciada: supervisor das categorias de base. Ao retornar do Japão em 2004 – após dois anos no futebol oriental – considerava-se aposentado do futebol, se preocupava basicamente com a reforma de sua residência em Campinas, quando o telefone tocou e deixaram o recado para que entrasse em contato com diretores do São Paulo, para desenvolver a nova função. Aí, Bebeto se entusiasmou. Se os problemas cardíacos impediram de trabalhar no gramado, sua vasta experiência na bola poderia ser repassada como supervisor e topou a parada.
  Problema cardíaco é uma herança de família. Seu pai, já falecido, foi Barriga, um dos maiores artilheiros de todos os tempos da história da Ponte Preta, que se orgulhou ao ver dois de seus filhos seguirem o caminho da bola. Nenê, um meia já falecido, jogou no Guarani, enquanto Bebeto saiu do juvenil bugrino para se identificar como um esforçado volante na Ponte Preta.
   Bebeto era o típico volante de destruição. Consciente que não era organizador de jogadas, fazia o básico ao desarmar adversários, ao optar pelo passe curto. Raramente se mandava ao ataque, mas pontepretanos da velha guarda recordam o melhor jogo que realizou no clube ao marcar dois gols na vitória do time sobre o Paulista, de Jundiaí, por 3 a 2, em Campinas, na década de 60.
   Bebeto ainda jogou na Ferroviária, de Araraquara (SP), onde formou dupla com Bazani (já falecido). Depois disso, sua história é contada como profissional do futebol.


FONTE:  folhablu.com.br / Ariovaldo Izac

2 comentários:

  1. tenho 50 anos e no início dos anos 1970 tive a honra e o privilégio de ser aluno de educação física do Prof. Bebeto no IEEBA em Araraquara. Um exemplo, dos bons tempos em que a educação física era obrigatória nas escolas (como deveria ser ainda hoje). Tínhamos ginástica de solo com o Prof. Bebeto. Exigente, educado, exemplo. A imagem do educador físico. Aproveitando o velho clima de olimpíada, o Brasil deveria deixar de blábláblá a respeito de medalhas e assumir o óbvio: EDUCAÇÃO FÍSICA OBRIGATÓRIA NAS ESCOLAS já, com profissionais motivados e competentes. Ganhos para nossa saudade pública e medalhas por consequência. Viva os BEBETOS DE OLIVEIRA! Origado professor!!

    SINÉZIO INÁCIO DA SILVA JÚNIOR

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  2. Também fui aluno de Educação Física do Professor Bebeto na Escola Estadual de 1o e 2o Graus Dr. Tomás Alves em Sousas, Campinas. Foi um privilégio. Na época não entendia como um profissional daquele nível (na época ele trabalhava no São Paulo e, depois, Guarani) se motivava a dar aulas naquela escola pública de interior. Lembro-me bem de suas aulas de basquete, aquecimentos batendo palmas, nas corridas que organizava nas antigas estradas de terra batida do Distrito, e também de algumas conversas, especialmente sobre aproveitar a juventude, porque"depois dos 21, tudo passa bem rápido". Isso ficou gravado na memória. Hoje, com 40 anos, ainda lembro alguns detalhes daquelas aulas que tive aos 10 ou 11 anos. Valeu Bebeto. Vida longa...

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