quarta-feira, 6 de junho de 2012

''DEUS'' ... QUEM VIVE NO BRASIL NA HONESTIDADE É UM ARTISTA.


Algumas reflexões sobre a

 honestidade no Brasil

Diogo Lima/vc repórter
Ainda temos que caminhar muito para chegarmos a uma nação em que seja rotina ser atendido rapidamente nos órgão públicos
"Ainda temos que caminhar muito para chegarmos a uma nação em que seja rotina ser atendido rapidamente nos órgão públicos"
Daniel Annenberg 
De São Paulo
Hoje acordei pensando numa música que gosto muito e que 
ouvia quando criança na voz do grande Vinícius de Moraes
 (na verdade, a música e a letra são do Toquinho, 
parceiro do Vinícius). A letra é a seguinte:
"Tem dias que eu fico pensando na vida 
E sinceramente não vejo saída. 
Como é, por exemplo, que dá pra entender: 
A gente mal nasce, começa a morrer. 
Depois da chegada vem sempre a partida, 
Porque não há nada sem separação. 
Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão. 
Sei lá, sei lá, só sei que ela está com a razão. 
..
De nada adianta ficar-se de fora. 
A hora do sim é o descuido do não. 
Sei lá, sei lá, só sei que é preciso paixão. 
Sei lá, sei lá, a vida tem sempre razão."
Talvez eu tenha me lembrado desta música por conta das
 manchetes dos jornais dos últimos dias. Só tragédias e 
problemas em todo lugar. Corrupção, crimes hediondos,
 pessoas querendo passar outras para trás...
Ou talvez seja por conta da coluna da semana passada, em que
 dois e-mails de um leitor desiludido com o nosso Brasil me
 fizeram ver como ainda temos que caminhar muito para chegar
 aonde queremos (uma nação mais justa, mais igual, que dê
 chances à todos, na qual seja fácil abrir uma empresa, na qual
 seja rotina e não exceção ser atendido rapidamente nos 
órgãos públicos, principalmente àqueles ligados à saúde e à
 educação, em que exista mais respeito e solidariedade entre 
as pessoas, em que possamos nos considerar cidadãos,
 com direitos e deveres...).
Lembrei ainda de um vídeo que vi na internet a respeito da 
desilusão com o nosso país, do Rolando Boldrin, dizendo da 
vergonha de fazer parte de um povo que lutou tanto pela
 democracia, pela justiça, pela honestidade, pela verdade 
e que hoje "navega" pela mentira, que é desrespeitoso com
 o seu próximo, que só pensa no "eu" e não no nós, que tem
 vergonha de ser honesto... (se quiserem conhecer este vídeo, 
que vale a pena, procurem na internet por "Vergonha de Mim" 
de Rolando Boldrin).
Lembrei também de um treinamento recente que dei para os 
funcionários públicos de um Governo Estadual, no qual eu
 falava da importância de não furarmos a fila, de respeitarmos
 os outros, de tentarmos mudar a cultura de atendimento ao 
cidadão neste país, para acabar com o "você sabe com quem 
está falando?" e o "levar vantagem em tudo", quando fui
 surpreendido por uma funcionária que me disse mais ou
 menos o seguinte:
"Ok, em teoria, concordo com o que você diz e todos nesta 
sala também. Mas, na prática, no dia-a-dia, quero ver quem 
não vai facilitar para o amigo, para o parente e principalmente 
para o político ou o indicado por alguém? Nesta hora, o emprego 
fala mais alto e não tem ninguém que segura as nossas pontas. 
Essa tal de ética não vive na realidade..."
Na capacitação, consegui fazer deste depoimento uma ótima 
discussão, pudemos avaliar como algumas coisas não são ditas
 pelo nosso povo e, que na hora "agá", mesmo sabendo que
 podem estar fazendo algo errado, as pessoas têm medo, 
medo das chefias, medo das autoridades, medo de encarar 
os poderosos sem saber se alguém vai "segurar a barra".
Mas, lá dentro, bem lá dentro, fiquei um pouco desanimado
 com todos os problemas que vivemos e percebi o quanto falta
 para alcançarmos o que queremos. Como é difícil construir 
uma sociedade e uma nação pautadas em valores!
Daí, lembrei de outro vídeo, da Ana Carolina, letra e música dela, 
chamado "Só de Sacanagem", em que ela fala que sua esperança
 está sendo posta à prova, fala "do dinheiro que viaja na bagagem da impunidade, dinheiro que reservamos duramente pra educar
 os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente 
da saúde deles e dos seus pais". Fala sobre os maus
 brasileiros e que "só de sacanagem", por conta disso,
 mais honesta ainda ela vai ser.
Como ela mesma diz: "A luz é simples, regada ao conselho
 simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos
 que os precederam:
Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, 
meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a 
quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. 
Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."
"Sei que não dá pra mudar o começo, mas, 
se a gente quiser, vai dar pra mudar o final."
Será que conseguimos?
"Sei lá, sei lá, só sei que é preciso paixão. 
"Sei lá, sei lá, a vida tem sempre razão."
P.S. Desculpem-me pela coluna reflexiva desta semana, 
mas ela é uma homenagem ao dia-a-dia daqueles
(tais como o meu pai e a minha mãe) que continuam 
acreditando que a justiça, a honestidade e a verdade 
são valores fundamentais...

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