domingo, 3 de maio de 2015

EMF - Jogo Limpo e Integridade no Esporte

Na primeira investida da Escola Mineira de Futebol, uma parceira com a Escola Nacional de Justiça Desportiva, e o Cedin Educacional, trouxe para Minas Gerais um dia de palestras sobre o jogo limpo e a integridade no esporte.
O ciclo de discussões foi aberto pelo diretor de competições da Federação Mineira de Futebol e da Escola Mineira de Futebol, Paulo Bracks, que falou sobre a missão da Escola, idealizada para promover cursos voltados para os diversos segmentos do futebol, e incluir Belo Horizonte no circuito da agenda de eventos que discutem o esporte no Brasil.

Paulo Bracks abordou a parte disciplinar do CBJD, o Código Brasileiro de Justiça Desportiva, em específico as infrações contra a ética, cometidas pelos atletas, contra o árbitro ou contra os adversários. Bracks afirma que há uma linha muito tênue entre o dolo, quando não existe a intenção do jogador, e da "culpa", quando o jogador comete alguma infração com consciência. Ele acredita que entre outras dificuldades, a natureza subjetiva de alguns lances do futebol, torna os julgamentos ainda mais complexos e de difíceis conclusões unânimes. "É necessário que haja uma consciência imparcial clara e coerente de entendimento para termos um julgamento justo." Essa conduta constrói, a cada julgamento, jurisprudências que vão ajudar o futebol a se livrar de atitudes que mancham a sua história.

Luciano Hostins, membro do STJD, tratou do Novo Código Mundial antidoping. Uma das evoluções dessa legislação é a apresentação de alternativas para a solução de um problema antigo na justiça desportiva, que é a dificuldade na caracterização  jurídica do doping. Houve um tempo onde o doping era somente veiculado a melhora do desempenho. Agora o Código nos conduz para um novo entendimento, onde o doping está diretamente ligado à simples presença de substâncias proibidas no exame. O simples resultado analítico já comprova o doping, e o que passa a ser discutido é a aplicação da pena. E o STJD trabalha para não absolvição dos flagrados.

Fernando Solera, presidente da Comissão Antidoping da CBF, abordou a questão do ambiente onde são coletadas as amostras, a sala de controle de doping. No Brasil, de acordo com Solera, a viabilização dessa sala é uma das dificuldades da Comissão Nacional. Nas grandes Arenas, construídas e reformadas para a Copa do Mundo, as normas da FIFA são respeitadas e contamos com a estrutura usada no Mundial.  Nos estádios do interior, a estrutura ainda passa por adequações que são providenciadas pelas Federações e equipes locais. Atualmente outra competência das equipes de controle, é a realização dos chamados "exames de inteligência", que podem ser mapeados, de forma específica e direcionada, no caso de denúncias e investigações. Medidas preventivas que visam dar excelência a prática desportiva.

 

Paulo Schmitt, procurador geral do STJD, e Thiago Barbosa, especialista em Match Fixing pela INTERPOL, encerraram o dia falando sobre um tema mundialmente debatido: a manipulação de resultados. Em um documentário exibido aos participantes, algumas constatações já comprovadas, denunciaram jogadores, técnicos, árbitros e dirigentes que se envolveram em uma categoria do que podemos considerar um crime organizado, que compõe uma indústria de apostas tão lucrativas quanto o tráfego. Partidas inexpressivas com jogadores mal pagos, de divisões inferiores, são a base do esquema de apostas ilegais ligadas ao jogo de azar.

 

A FIFA já trata do caso e tem uma política de tolerância zero em relação a qualquer forma de manipulação ou influência ilegal de resultados de jogos. No Brasil não estamos livres desse ambiente e já temos, no RGC da CBF, uma relação de comportamentos que devem ser evitados pelos envolvidos na pratica desportiva. A previsão de pena para infrações dessa natureza, vai de uma advertência, passando pela exclusão ou rebaixamento da competição, indo até 20 anos de punição ou até e expulsão do desporto. Existe também uma recomendação de extensão mundial de aplicabilidade da pena.

Estudantes de direito, advogados, jornalistas, árbitros e dirigentes dos clubes participaram ativamente das discussões promovidas pela Escola Mineira de Futebol, dentro do ciclo de debates sobre o jogo limpo e a integridade no esporte. Para cada um dos palestrantes o envolvimento e o retorno dos envolvidos são fundamentais para detectarmos os problemas da rotina do futebol no Brasil. Somente esta dinâmica nos dará condições de agirmos de forma preventiva na manutenção da saúde do futebol brasileiro, mundialmente referendado.

Fotos: Cinthya Santos

fonte: http://fmf.com.br/VerNoticia.aspx?e=F09F82AD14B3C531F8C191F58CD18E8E

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