segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

ENTREVISTA DE WLADIMIR BRAGA, PREPARADOR FÍSICO DO CLUBE ATLÉTICO MINEIRO,SUB 17.


Especialista em treinamento esportivo fala sobre importância do trabalho desenvolvido na base
Bruno Camarão


O momento do Atlético-MG, apesar dos triunfos nas últimas duas rodadas da Série A do Campeonato Brasileiro, é complicado. Pela relação integrada da base com o departamento de futebol profissional, especialmente no que se refere ao conhecimento de atletas para serem lançados, bem como a troca de informações entre membros das comissões técnicas, alguns pontos negativos poderiam ressoar no ambiente de formação. O trabalho, então, é blindar os mais jovens.
Além disso, no projeto em que os profissionais ligados às categorias menores têm acesso a todas as avaliações e equipamentos utilizados pelo futebol principal, o uso paulatino de atletas com determinado perfil para atender às necessidades mais urgentes é colocado em prática. Desde que assumiu o comando, em substituição a Vanderlei Luxemburgo, o treinador Dorival Júnior esclareceu essa intenção.
“Acho que tem que ser assim: a base abastecendo a equipe principal. É muito importante a participação de cada um deles. Estamos atentos para reforçar o elenco”, comentou o ex-santista, que comemorou o gol de Werley, formado na Cidade do Galo, na vitória de virada sobre o Corinthians (2 a 1).
Assim como o defensor, outros talentos frequentam diariamente o centro de treinamento que foi eleito o melhor do país. Na faixa sub-17, cabe a Wladimir Braga o comando da preparação física dos aspirantes a ingressarem no profissionalismo e participarem da história centenária do clube mineiro.
Especialista em treinamento esportivo e pós-graduando em Administração e Marketing, Wladimir tem a atribuição de introduzir no aquecimento treinos técnicos situacionais em conformidade ao modelo de jogo da equipe, com a utilização de pequenos e grandes jogos. E o cuidado é redobrado, por se tratar de um plano de ação com uma faixa etária muito especial em se tratando de esporte de alto rendimento.
“O atleta juvenil, em muitos casos, pode treinar com a equipe profissional e nesse sentido existe a preocupação de que esteja em condições coordenativas e de força para poder suportar o ritmo de jogo dos adultos. Assim, julgo que no juvenil o treinamento visando desenvolver a hipertrofia (na musculação), bem como trabalho de potência (tração, areia ou em forma de jogo) permite ao atleta incrementar sua capacidade de força bem como melhorar a velocidade cíclica e acíclica, além de suportar os choques constantes de um jogo e finalmente prevenir lesões musculares”, explicou, nesta entrevista à Universidade do Futebol.
No Atlético-MG há quase uma década, ele garante que os treinadores alvinegros possuem a preocupação em estimular e incentivar no atleta um comportamento de proatividade, liderança e comunicação constante a fim de que este, seguindo qualquer modelo de jogo, possa agir de maneira imediata nas variações que o jogo permite.
“A escola brasileira de futebol é conservadora e se esconde ainda atrás de um pentacampeonato obtido com méritos, mas que precisa de renovação de conhecimento e metodológico. Existe uma dificuldade de compreensão relacionada ao reducionismo de pensamento ou modelo tradicional e fragmentado de se enxergar o futebol. Com muitas barreiras, as mudanças demorarão a ocorrer neste aspecto”, prognosticou Wladimir, que também falou sobre a “mentira” da pré-temporada e os conceitos de um atleta bem treinado.

FONTE: UNIVERSIDADE DO FUTEBOL

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