Escrever sobre o atleta do século dispensa superlativos, dispensa comparações, análises ou até o exercício da razão.
O jogador mais entrevistado, falado e fotografado do mundo, possui uma biografia vasta de incontáveis registros, números, fatos, histórias e até lendas que sempre serão intermináveis.
Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido e admirado pelo mundo como “Pelé”, nasceu na cidade Três Corações (MG), em 23 de outubro de 1940.
Filho de dona Celeste e de João Ramos do Nascimento, seu nome foi uma homenagem ao inventor Thomas Edison. Seu pai, conhecido como Dondinho, era um afamado jogador de futebol do sul de Minas Gerais. No ano de 1945, a família mudou-se para a cidade de Bauru em São Paulo.
Pelé com a camisa do Bauru Atlético Clube.
O primeiro trabalho do menino Pelé foi como engraxate pelas ruas de Bauru. No entanto, ele nunca deixou de sonhar com a bola. Sua infância está diretamente ligada ao futebol desde a fundação, idealizada pelo pai, do Sete de Setembro F.C.
Posteriormente, o garoto conhecido inicialmente pelos apelidos de Dico ou gasolina, perambulou pelo América de Bauru, jogou futebol de salão e depois pelo infanto-juvenil de um time chamado Canto do Rio.
Pelé, o terceiro agachado a partir da esquerda, com a camisa do Noroeste. Crédito: globoesporte.globo.com.
Foi quando apareceu a oportunidade de jogar pelo Bauru Atlético Clube, time que na época contratou seu pai, que anteriormente atuava pelo Vasco de São Lourenço-MG.
Foi jogando pelo Bauru Atlético Clube, que o craque Waldemar de Brito encantou-se com o futebol do garoto. Meses antes de ser contratado pelo Santos, Pelé realizou três partidas amistosas pelo Noroeste de Bauru, já em 1956, fato pouco divulgado.
Contando então com quinze anos, em 1956, Waldemar de Brito o levou à cidade de Santos para fazer um teste na Vila Belmiro.
Pelé e Coutinho.
Pelé em 7 de julho de 1957, na partida, contra a seleção Argentina no Maracanã.
Depois de atuar algum tempo pelo juvenil do Santos, Pelé fez sua estréia entre os profissionais no dia 7 de setembro de 1956, na partida contra o Corinthians de Santo André.
Naquele dia, Pelé substituiu o centroavante Del Vecchio. Ele entrou em campo para marcar o sexto (36 minutos do primeiro tempo) dos sete gols santistas na vitória por 7 x 1.
A jogada, armada por Raimundinho e Tite, culminou no chute que venceu o goleiro Zaluar, que se tornou famoso como o primeiro goleiro a sofrer o gol “0001”.
Crédito: revista Manchete.
Pouco tempo após a primeira temporada de Pelé pelo Santos, Sylvio Pirillo, técnico da Seleção Brasileira, o convocou em 7 de julho de 1957. A partida, contra a seleção Argentina no Maracanã, registra seu primeiro tento com a camisa amarelinha na derrota por 2 x 1.
Na seqüência, a Copa do Mundo de 1958, quando Pelé entrou na equipe contra a União Soviética. Sua participação na conquista daquele mundial foi escrita com momentos mágicos, como o gol marcado contra o País de Gales e a atuação soberba contra os franceses na vitória por 5×2.
Crédito: revista A Gazeta Esportiva Ilustrada 208 – Maio de 1962.
Além da Copa de 1958, Pelé disputou mais três mundias: Chile 1962, Inglaterra 1966 e México 1970. Ele marcou doze gols em quatorze partidas na disputa pela Jules Rimet.
Contundido na copa de 1962, retirado de campo pelas entradas violentas dos defensores da seleção Portuguesa em 1966, Pelé foi soberbo durante o mundial de 1970.
Pelé chuta antes do meio de campo e o desesperado goleiro Victor, da Tchecoslováquia, corre atrás e depois suspira aliviado ao ver a bola passar rente ao poste esquerdo. Copa de 1970. Crédito: revista Placar.
Lembrado pelo que fez e também pelos gols que não conseguiu fazer, sua atuação nos gramados mexicanos é uma obra plástica da história das copas.
Campeão paulista de 1958, Pelé começou sua trajetória de recordes e marcas impressionantes. O apelido “O Rei” lhe foi dado pela imprensa francesa em 1961, após ele jogar algumas partidas pelo Santos na Europa.
Outubro de 1960. O presidente Athie Jorge Cury ao lado de Pelé com a camisa da seleção paulista.
Crédito: acervo.estadao.com.br.
No dia 02 de agosto de 1959, na Rua Javari, Pelé marcou aquele que garante ter sido o mais bonito de todos os 1281 de sua carreira. Contra o Juventus, na vitória santista por 4 a 0, deu três chapéus nos jogadores do Moleque, incluindo o goleiro, e saiu para comemorar.
Além desse gol, Pelé marcou o primeiro “gol de placa” da história, na partida contra o Fluminense no Maracanã, em 5 de março de 1961, quando driblou mais de meio time do tricolor das Laranjeiras.
Éder Jofre e Pelé: Crédito revista A Gazeta Esportiva Ilustrada Nº 182 – Abril de 1961.
Jogando pelo Santos, Pelé obteve suas maiores conquistas eternizando a camisa dez e seu tradicional soco no ar. Ao lado do centroavante Coutinho, formou uma dupla que tirava o sono de qualquer sistema defensivo.
Foram inúmeros os torneios nacionais e internacionais conquistados, além do posto de artilheiro no campeonato paulista em 11 oportunidades, sendo 9 consecutivas, sagrando-se campeão nas edições de 1958,1960,1961,1962,1964,1965,1967,1968,1969 e 1973.
Também um especialista em bolas paradas, Pelé foi artilheiro da Taça Libertadores em 1965, com seis gols, da Taça Brasil por três vezes (1961, 1963 e 1964) e do Torneio Rio-São Paulo em 1963.
Apesar de ter feito mais de 1200 gols, nunca conseguiu o feito de ser o artilheiro numa disputa de Copa do Mundo.
Oficialmente, o gol 1000 foi marcado de pênalti, no dia 19 de novembro de 1969, no jogo Santos 2 x 1 Vasco da Gama, no Maracanã, pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa. O goleiro vascaíno era o Argentino Andrada.
Crédito: albumefigurinhas.no.comunidades.net.
Atualmente, em algumas pesquisas para projetos como Pelé Eterno e Historiografia do Futebol brasileiro, foram encontradas algumas partidas perdidas de Pelé.
Estas pesquisas sugerem que o gol 1000 teria ocorrido em 12 de novembro de 1969, na partida Santos 4 x 0 Santa Cruz de Recife.
Pelé também carrega em seu histórico a supremacia em partidas contra o Corinthians. Falando em termos de campeonato paulista, o Rei manteve uma escrita de 11 anos sem derrota para o rival.
Crédito: gazetaesportiva.net.
Seu ciclo de despedidas foi iniciado pela Seleção Brasileira em 1971. Na época, a então C.B.D programou duas partidas.
A primeira aconteceu contra a Áustria no Estádio do Morumbi, em 11 de julho de 1971, quando Pelé anotou seu último tento com a camisa canarinho no empate por 1×1.
Pelé marca seu último gol canarinho contra a Áustria no Morumbi em 1971.
A segunda partida ocorreu no Estádio do Maracanã, em 18 de julho de 1971, no empate contra a seleção da Iugoslávia por 2×2.
A despedida oficial do Santos aconteceu em 2 de outubro de 1974, na Vila Belmiro, com uma vitória por 2 x 0 contra a Ponte Preta pelo campeonato paulista.
03/10/1974 = Foto da manchete do Jornal da Tarde. Pelé junto ao seu armário pela última vez como profissional do Santos F.C.
No ano seguinte, Pelé recebeu uma proposta irrecusável e voltou a jogar, desta vez pelo Cosmos de Nova York. Estreou em 15 de junho de 1975 no campeonato norte-americano contra o Dallas Tornado (2×2), fazendo um dos gols de sua equipe.
Dois anos depois, em 1° de outubro de 1977, se despedia em definitivo do futebol jogando meio tempo pelo Cosmos e meio tempo pelo Santos (Cosmos 2 x 1 Santos), anotando um gol – o primeiro do Cosmos.
No dia 15 de maio de 1981, o jornal francês L`equipe concedeu a Pelé o título de atleta do Século numa pesquisa feita junto aos vinte mais importantes jornais do mundo.
Pelé é cidadão do mundo e já parou guerras. Eternamente será uma referência daqueles que insistem em compará-lo com Leonel Messi, Maradona e muitos outros que ainda virão…
Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar, revista do Esporte, revista Esporte Ilustrado, revista Manchete, revista Manchete Esportiva, revista A Gazeta Esportiva Ilustrada, revista Fatos e Fotos, revista Realidade, revista El Gráfico, revista O Cruzeiro, revista Life, revista Football Magazine, gazetaesportiva.net, site do Milton Neves, pele.m-qp-m.us, campeoesdofutebol.com.br, jb.com.br, arquivo folha, educacao.uol.com.br, liviaeigor.blogspot.com.br, globoesporte.globo.com, Arquivo Público do Estado de São Paulo. Memória Pública – Jornal Última Hora, Jornal da Tarde, Jornal A Tribuna de Santos, museudosesportes.blogspot.com, álbum de ouro do Santos F.C – volume 2, acervo.estadao.com.br.
fonte:http://tardesdepacaembu.wordpress.com/tag/tres-coracoes-mg/